Texto no BPM: Brasil – Au Pair, uma boa opção de intercâmbi

Hoje tenho mais um texto publicado no blog Brasileiras Pelo Mundo, falando da minha experiência na tentativa de ser Au Pair nos Estados Unidos e a experiência de uma amiga que fez este intercâmbio! Confira o texto, comente e compartilhe!!


Brasil – Au Pair, uma boa opção de intercâmbio

Você sabe o que é Au Pair?
É um programa de intercâmbio onde você mora com uma família estrangeira durante um ano e cuida dos seus filhos e da casa. Também durante este período estuda o idioma local ou pratica seu inglês e aprende sobre a cultura local. Em 2006, haviam apenas opções de ir para os Estados Unidos ou para a França, mas hoje em dia o programa existe em muitos outros países. Normalmente se dá preferência para mulheres, mas há países que também aceitam homens, como é o caso de alguns países europeus.  Eu vou falar mais especificamente do programa nos EUA, que foi onde tive a minha experiência.
Sobre o Programa - A pessoa participante do programa morará na casa de uma família estrangeira, tornando-se parte dela, e participará de todas as rotinas e atividades da casa enquanto cuida das crianças. A jornada de trabalho e salário, assim como o idioma, vão variar de acordo com o país para onde a pessoa for, mas falar inglês num nível intermediário é requisito para todos os candidatos ao programa. Nos EUA, por exemplo, a jornada de trabalho é de até 45 horas semanais e inclui: acompanhamento das atividades educacionais e recreativas das crianças, passeios, alimentação, higiene, levar e buscar na escola, entre outras atividades. O tempo livre de um Au Pair é, em parte, dedicado aos estudos. O programa nos EUA inclui acomodação e refeições, bolsa de estudos (USD 500), férias remuneradas, assistência médica internacional, workshop em Nova Iorque e passagens de ida e volta. O salário é semanal e fica em torno de USD 195,75, com folga 1 vez por semana e um fim de semana por mês (novamente, no caso dos EUA especificamente).
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Foto: Karina Rosse/arquivo pessoal

Pré-Requisitos - Ser do sexo feminino, ter entre 18 e 26 anos; segundo grau completo;  inglês intermediário;  experiência comprovada de, no mínimo, 200 horas com crianças (que não sejam familiares); carteira de habilitação e saber dirigir; ser solteiro ou solteira e sem filhos.
O processo -  Depois de pagar as taxas de inscrição, você fará o preenchimento do 'application online', colocando todas as suas informações. Mas a parte mais interessante da aplicação é você ter que escrever uma carta para a futura 'host family' onde se apresenta, envia fotos, mostra seus trabalhos com crianças. Depois de feito tudo isso, seu perfil fica online no site da Au Pair Care EUA, e assim as famílias buscam pelo perfil que mais a agradam e agendam uma entrevista. E depois de escolhida a família, você deve fazer os exames médicos, preparação para o embarque, e tirar o visto J1.
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Foto: Karina Rosse/arquivo pessoal

Investimento - taxas de inscrição + pagamento do intercâmbio + exames médicos + gastos com o visto = R$5.000,00 (valor em 2006).
Minha experiência - Durante a preparação, fiz trabalho voluntário em pré-escolas, curso de babá e aulas de conversação em inglês. Fiz o ‘application online’.  A família que me escolheu era de Denver no Colorado, e tivemos afinidade desde o ínicio. Lembro como se fosse hoje das longas horas que passamos ao telefone.  Então veio a parte mais difícil, o visto. Eu e uma amiga, Karina Rosse, fizemos todo o processo juntas, eu pela agência STB e ela por outra agência. Agendamos nossa ida ao Consulado Americano em São Paulo  juntas.  E ao mesmo tempo em que ela conseguia o visto, o meu era negado. Mesmo depois de quase 10 anos, lembro exatamente do momento em que a pessoa do outro lado do vidro blindado me entregou o passaporte com um carimbo de negado. Eu tinha apenas 22 anos e sofri muito! Em 2006, 5 anos após o atentado terrorista nas torres gêmeas, era extremamente difícil conseguir a liberação do visto para os Estados Unidos. Agora, a parte mais difícil de tudo isso foi contar ao telefone para a'minha família americana' que eu não poderia mais ir... todos choramos por horas!
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Foto: Karina Rosse/arquivo pessoal

Mas tudo bem, hoje sei que algumas portas se fecham e outras se abrem. E felizmente, 5 anos depois, tive minha primeira experiência no exterior com o trabalho em navio de cruzeiros.
Experiência da Karina - "Decidi pelo programa quando vi um cartaz na universidade na qual estudava, e achei bem interessante pois sempre quis morar nos Estados Unidos. Morei no estado de Nova Iorque em duas cidades diferentes: Shoreham e New City – essa última por mais tempo. O processo para realização do intercâmbio foi um pouco extenso, principalmente por ter sido na época do atentado que destruiu as torres gêmeas. O clima de insegurança era geral, e para tirar o visto havia pressão psicológica já na fila de espera para entrevista. Após conseguido o visto, os demais procedimentos foram rápidos. A agência deu um bom respaldo e quando cheguei lá, após 2 meses, precisei trocar de família. A partir do momento que a Au Pair chega nos Estados Unidos tem uma conselheira que é responsável por sua região – no meu caso eu tinha um ótimo relacionamento com essa conselheira (sempre participei das reuniões) e quando precisei de seu apoio, tive! Em relação à segunda host family, eu cuidava de duas meninas: uma de 4 anos e outra de 9. A menina de nove passava maior parte do tempo na escola. Como eu ficava a maior parte com a menina de 4 anos, íamos a parques, bibliotecas, shoppings ou brincávamos em casa. Fora isso eu tinha que cuidar da roupa – máquina de lavar e máquina de secar, muito prático, além de cozinhar de vez em quando. Para quem não tem inglês avançado é fundamental certificar-se de que compreendeu bem alguma informação. Visto que continuei meu curso de inglês até o embarque, não tive problemas! Se eu não fosse casada, faria Au Pair novamente, com certeza, dessa vez, a um país diferente. Quanto mais experiência tiver com crianças, melhor, e fazer o programa o quanto mais jovem possível! O lado bom da minha experiência como Au Pair foi o fato de ter convivido com uma família norte-americana e vivenciado seus costumes e seu cotidiano. Morei numa cidade do interior – não se iluda! Se não for para uma capital, as demais cidades são todas afastadas e carro é necessário para tudo! Durante a semana cuidava das crianças, mas no fim de semana pegava ônibus, metrô, passeava em Nova Iorque e conhecia lugares fantásticos! Recomendo!
Três pontos positivos da experiência: Intercâmbio cultural, aprimoramento do idioma e crescimento pessoal; Três pontos negativos da experiência: o salário baixo, o fato de estar longe da família e os hábitos alimentares totalmente diferentes."

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Foto: Karina Rosse/arquivo pessoal

E você, já pensou em ser Au Pair? Ou se já foi, ou é, como foi ou está sendo sua experiência?

Juliana é formada em Tecnologia em Logística, trabalha em um hostel e atualmente mora no Brasil. Mas já morou a bordo de um navio de cruzeiros na Europa e trabalhou em um call center em Cingapura, no Sudeste Asiático. É autora do blog "Juju no Mundo" onde conta suas aventuras pelo mundo.
Website: http://www.jujunomundo.com
País: Brasil

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